quinta-feira, 31 de julho de 2008

Volta às aulas

Vamos reiniciar o segundo semestre de 2008 com novas perspectivas. É claro que elas só se concretizarão se mudarmos de atitude, principalmente no que se refere ao pensar no amanhã. Na maioria dos casos, só deixamos para útlima hora e aí, quando vamos ver já era, passou, ficamos fora. Sempre costumo falar com meus amigos - alunos - sobre a importância de se preparar para o futuro e às vezes eles me vêem como "chato" e que "não sabe de nada". Porém, quando o "amanhã" chega, quem tem a razão? Infelizmente, eu. Fico triste quando isso ocorre e por diversas vezes pensei em largar tudo e me dedicar a outras coisas - pescaria, maratona, qualquer coisa que não me aborreça tanto quanto eu ter razão no futuro de meus amigos.
Nessas poucas palavras de hoje, só gostaria que vocês me ouvissem, pois ainda dá tempo pra mudar de atitude e acordar. A dedicação aos estudos é fundamental para que vocês sejam "alguém" com chances no futuro.
Vamos brincar, curtir a vida, fazer tudo que qualquer pessoa na idade de vocês faz, mas também vamos ter um pouco de "muita responsabilidade" em nossas atitudes. Lembrem-se: o futuro é de vocês e só vocês poderão vivê-lo bem ou mal. A escolha é sua e não deixem que ninguém a faça por vocês, mas depois não se arrependam pelo que fizeram ou pelo que não fizeram. O livre arbítrio é uma possibilidade que todos têm, mas poucos sabem usá-lo com inteligência.
Aproveitem a vida, mas não se deixem levar pela vida. Vivam com inteligência e sabedoria.
Ouçam seus pais, respeitem os idosos, amem seu próximo, ajudem seus professores e acima de tudo, tenham atitudes sempre honestas que deixem a todos orgulhos.
Sei que não existe uma fórmula para a felicidade, mas se fizerem um pouquinho só disso, com certeza a felicidade estará mais perto de vocês. Um grande abraço a todos vocês, meus grandes amigos.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Promessas, promessa e só promessas.

Quando você pensa que as coisas vão se acalmar, lá vem mais um escândalo que sublima o que era o escândalo do momento e que a partir de então se torna “sem importância” para a opinião pública. E assim o Brasil vai vivendo.
Estamos vivendo o período pré-eleitoral para as eleições municipais que vão determinar a escolha de prefeitos e vereadores de nosso país. Se vivêssemos num país sério, a campanha ocorreria num alto nível, com debates sérios envolvendo todos os candidatos e com propostas sérias. Mas, estamos falando de Brasil e a seriedade está longe de ser uma de nossas virtudes.
Aqui, como em qualquer lugar onde a desordem impera, carros de sons com “músicas” (?) de qualidade muito duvidosas, somadas às promessas que jamais serão cumpridas, invadem nossas casas bem cedo e infernizam nossas cabeças. Tudo acontece a céu aberto sem que nada seja feito pelas “otoridades” (lembrando o velho jargão falado durante o coronelismo da República Velha).
Estamos numa nau sem rumo, prestes a naufragar. Mas, as promessas permanecem. Então o que fazer? É muito simples, e chegar aqui, criticar tudo, disparar minha metralhadora contra o sistema – como muitos fazem – e não dar uma solução para o caos. Então lá vai uma sugestão: VAMOS COMEÇAR UMA CAMPANHA PARA VOTAR NULO. Ninguém votar e exigir, além do cumprimento das promessas antigas, o cumprimento da Constituição, nossa lei maior. Vamos exigir o FIM DA OBRIGAÇÃO DE VOTAR. Votar para quê? Se nosso voto não serve pra nada.
Infinitos são os casos de promessas não cumpridas e de candidatos que roubaram o dinheiro público ou de transformaram o público em privado, como se bairros, municípios, estados e o país, fossem suas propriedades particulares e nada foi feito. Só promessas!
Vamos dar um basta nisso, adotando uma postura mais firme e mais radical no sentido de acabar com esse absurdo que são as eleições no Brasil – um dos poucos no mundo que utiliza as urnas eletrônicas nesse processo. Ou mudamos ou afundamos de vez. Reflita sobre tudo aquilo que você sabe sobre o Brasil, veja se você tem alguma parcela de culpa, se seus pais erraram em alguma coisa, e tome uma atitude. Não se cale diante das ofensas, das injustiças e da roubalheira. Vamos mudar esse país. Vamos criar um mundo de realidades e não de promessas, promessa, promess, promes, prome, prom, pro, pr, p.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Um povo de banana ou uno pueblo de mierda

Povo de banana ou “Uno pueblo de mierda”
Ontem, 23/07/08, enquanto me encaminhava para o trabalho, ouvia, como sempre o faço quando posso, o misto de jornalista-apresentador-humorista, Ricardo Boechat, a quem admiro muito e sou um fã. Sempre “roubo” muitos de seus comentários e os uso em minhas aulas – sou professor de História nas escolas das redes pública e privada do Estado do Rio de Janeiro – e por isso trabalho muito com atualidades.
E foi nesse dia que ouvi a seguinte expressão: “O povo brasileiro é um povo de banana”. Refleti alguns segundos sobre o que acabara de ouvir e cheguei a seguinte conclusão: o Boechat cometeu uma grande ofensa, mas não ao povo brasileiro, mas sim à banana. Como todos sabem, a banana é “rica em potássio”, fundamental para o desenvolvimento dos ossos – e olha que não sou professor de Biologia – e, portanto, chamá-la de “povo brasileiro” é colocá-la numa situação deprimente. Afinal de contas, ela larga a família para ver o jogo de futebol? Ela vende seu voto em troca de “surrasco de largato” ou por “uns dez real? Ela aceita passivamente um monte de políticos ladrões cantando músicas que só falam de grandes feitos, e que quando se elegem somem? Ela larga tudo por um baile funk ou por uma micareta? Ela gosta de carnaval, de praia e cerveja e se esquece da saúde, da educação e da má distribuição de renda? Ela aceita passivamente que a política de segurança seja voltada para “enfrentar vagabundo” e não evitar que “vagabundo” nasça?
Então chegamos a conclusão que o Boechat ofendeu à banana. Por que ao invés de chamar esse povo, do qual faço parte, de banana, o Boechat não o chamou de “mierda” (em espanhol é mais sofisticado). Se o fizesse estaria ofendendo à “mierda”, substância excretada por seres vivos e que, em muitos casos, serve de adubo para as plantações. Assim como no caso acima, será que “mierda” se cala quando o governo faz de tudo para trazer um banqueiro italiano ladrão para cumprir pena no Brasil (em Bangu 8, e eu nem sabia que depois de Bangu 1, 2 e 3, o número ia para o 8), como no caso do Cacciola, e permite que outro, brasileiro, ladrão tal qual o italiano, fique solto com as bênçãos do STF, como no caso do Daniel Dantas? Será que a “mierda” aceita passivamente um monte de impostos e uma caristia de vida insuportável para todos de forma calada? Será que se o time de futebol da “mierda” estiver ameaçado de cair para a Segunda Divisão ela vai querer matar todo mundo, mas se esquece de coisas mais importantes?
Então, também não podemos chamar o povo brasileiro de “uno pueblo de mierda”. O grande historiador, Sérgio Buarque de Hollanda, em seu clássico “Raízes do Brasil”, propõe uma série de explicações para a formação genealógica do Brasil, e consegue algumas explicações bem plausíveis, que vão desde nossa colonização (?) predatória praticada pelos portugueses, passando pela nossa formação étnica (onde portugueses, índios e africanos sempre foram muito voltados para as aventuras, festas e fanfarras), chegando a própria condição de oprimido pela escravidão, império, repúblicas e ditaduras, onde sempre prevaleceu a confusão entre o público e o privado, ou pior, onde o primeiro tornava-se o segundo nas mãos sempre sujas de nossas elites.
Então, o nós somos: “um povo de banana” ou “uno pueblo de mierda”? De forma bem simples, a melhor resposta seria, NÃO SEI. Acho que cabe a cada um de nós, brasileiro, escolher a melhor definição na qual está inserido e se colocar nela. Quanto a mim, bem eu me defino como um lutador que tenta acabar com essa perspectiva e fico triste quando ouço alguém falar isso, mas não posso fazer nada, até porque quem falou tem razão e se o fez, teve o interesse – espero que tenha sido isso – em mudar essas mentes (?) que povoam bananais ou vasos sanitários.